Quando nos encontramos onde não queremos estar, consequentemente, imaginamos como seria maravilhoso ir à um lugar melhor. Pode ser um lugar de verdade ou algo ligado aos nossos sonhos e sentimentos, ok? Aí, um dia, cansados ou inconformados com aquilo que nos faz mal, vamos embora.
Só que tem o seguinte:
Se o lugar que almejamos chegar realmente vale a pena, não chegaremos nele com facilidade, muito menos de uma hora para a outra!
O caminho será complicado. Por isso, em algum momento, quando as dores e as demais dificuldades chegarem, vamos achar que talvez não tenha sido uma boa ideia sair de onde saímos. Consequentemente, surgirá o "Será que vale a pena passar por isso?" e o "As coisas eram melhores onde eu estava". Então brota o "Por que continuar?". Chegamos até a acreditar que o lugar no qual queríamos chegar não existe ou que, se existe, não foi feito para nós. Neste momento, a dor danificou a nossa capacidade de diagnosticar as circunstâncias. Ver além do que sentimos no presente torna-se quase impossível. Quase, ok? Por isso, por ser só quase, podemos acreditar que aquele ditado no qual fazemos uma limonada após ganharmos um limão da vida tem muito a ver com a postura que devemos assumir quando a "linha de chegada" parece distante.
Agora, é bom deixar claro que tão importante quanto o nosso destino é o caminho que escolhemos para chegar e como nos posicionamos nele. É no caminho que a vida acontece. É no durante. É como cantor Estevão Queiroga disse em "A Partida e o Norte":
"O caminho muda, e muda o caminhante.
É um caminho incerto, não um caminho errado.
Eu, caminhante, quero o trajeto terminado.
Mas, no caminho, mais importa o durante.
Deixei pegadas lá no vale da morte.
Um solo infértil aos meus muitos defeitos.
Minha vida alargou-se em caminhos estreitos
e eu vi você.
A Partida
e o Norte"
Que com a força daquEle que é a Partida e o Norte suportemos qualquer dor e cansaço, e enfrentemos até o fim todas caminhadas e corridas que a vida nos propuser.