Tentado a
ser um zumbi
Na primeira temporada de “The
walking dead”, quando o Rick e o seu grupo chegam ao CDC, eles encontram um
cientista que, além de lhes conceder abrigo, explica a ação do vírus que
transformou parte da raça humana em zumbis. Não me lembro muito bem de tudo o
que ele falou, mas me recordo que aquele que fosse contaminado teria um desejo
insaciável de se alimentar de... de... ah, a gente sabe do que. Mas,
verdadeiramente, este texto não tem como lição o “não coma pessoas”, afinal
todos nós já sabemos que não devemos nos alimentar do nosso próximo. Pelo
menos, acredito eu, que sim. Mas então... A ideia central deste texto está
ligada a semelhança que temos, em alguns momentos, com estes mortos vivos no
que diz respeito a agir sem o normal funcionamento da mente em busca de
satisfazer o nosso instinto.
A frase a seguir é a que me mostrou a tal semelhança:
A frase a seguir é a que me mostrou a tal semelhança:
“...A parte humana é só
uma casca estimulada por instinto irracional”
Edwin Jenner
*frase dita no episódio 6 da primeira temporada da
série.
Aí você
deve se perguntar: “Ele está querendo dizer que somos iguais aos zumbis?
Como assim?” É isso mesmo, meu amigo. Quer que eu exemplifique? Olha aí então:
Há momentos
nos quais desligamos a nossa consciência e nos permitimos fazer o que o nosso
insaciável desejo de se alimentar quer que façamos.
*Ah, só para
deixar claro: Não estou falando literalmente de comida. Na verdade, não só. Até
porque, ela também está inclusa entre as coisas que são objeto de desejo dessa
fome insana. Mas digo o “não só”, pois o “alimento” pode variar, de individuo
para individuo. Por isso, foquemos no que nos leva a agir como agimos e em como
fazemos isso.
Voltemos
então...
Quando isso
acontece (quando desligamos a consciência), ignoramos tudo o que acreditamos ou
dizemos acreditar. Como isso acontece? Como chegamos a esse estado? Primeiro,
temos que considerar que nós somos os responsáveis para que o zumbi que há em
nós não seja liberto. A responsabilidade é nossa, ok? Agora, pensemos na
seguinte situação:
Do que eu
alimento a minha mente?
Por não
entendermos muito bem como são assimiladas pela nossa mente as diversas
informações que recebemos, permitimos que qualquer coisa entre na nossa cabeça,
partindo do principio que não há nada demais em permitir que ela entre, pois aquilo
não provocará nenhuma reação nociva em nós. E é aí que o peixe morre. Naquilo
que, aparentemente, não leva à morte, mas sim à satisfação, à matar a fome.
É nisso que morremos. O interessante é que no nosso caso o resultado de morder a isca pode ser imediato ou não, mas perceptível, muito provavelmente, não será. Por quê? Por que entorpecidos pelo prazer, pela satisfação, já não há em nós consciência. E é aí que foge o zumbi que nós não deveríamos permitir que fosse liberto. É como se o que acreditamos não ter nada a ver fosse uma faísca que foi de encontro a uma atmosfera explosiva que existe no nosso interior. Qual é o resultado? Estrago é o resultado, meu irmão.
É nisso que morremos. O interessante é que no nosso caso o resultado de morder a isca pode ser imediato ou não, mas perceptível, muito provavelmente, não será. Por quê? Por que entorpecidos pelo prazer, pela satisfação, já não há em nós consciência. E é aí que foge o zumbi que nós não deveríamos permitir que fosse liberto. É como se o que acreditamos não ter nada a ver fosse uma faísca que foi de encontro a uma atmosfera explosiva que existe no nosso interior. Qual é o resultado? Estrago é o resultado, meu irmão.
Só para
terminar por enquanto:
Aquele que
acha que tudo isso que estou falando é estupidez dirá que se não fazemos o mal
a ninguém, não cometeremos erro algum ao nos permitir. O mesmo também dirá que
não há pecado algum ao fazer isso e que é só coisa que querem colocar na nossa
cabeça para que nos sintamos culpado, pois, enquanto culpados que precisam de
perdão, somos presas fáceis para aquele que diz ser o único que pode interceder
por você, mas é claro, mediante a um favor seu. E quer saber? Em parte eu
concordo com quem dirá isso, pois, verdadeiramente, existem pessoas que se
beneficiam em diversos aspectos com a culpa dos outros. Mas, quer saber de uma outra
coisa? Deus não tem nada a ver com o discurso dessa gente que quer se
beneficiar em cima dos seus erros existentes ou criados por estes para te
aprisionar. Até porque, ouve aí:
Alguém já
morreu por você, para remissão dos seus pecados. E este alguém, sim, é aquele
que é o caminho, a verdade e vida. Ah, saiba que ninguém vai a Deus se não for
por Ele. Por isso, o charlatão é só mais um charlatão. O caminho é Jesus.
Mas
voltando...
A parte que
discordo é a que diz que só estamos errados se fazemos o mal a alguém. Por que,
concorde você ou não, ao não fazermos o bem, erramos tanto quanto aquele que
faz o mal e fazemos o que ele faz ao deixar de fazer que deveríamos ter feito.
Goste ou não, é o que é, meu irmão. E
nesse mundo, tomado pelo vírus do viva para si mesmo, onde o que importa é a
minha vida, o meu prazer, a minha satisfação, o meu querer, essa palavra cabe
muito bem.
Para alguns,
agir como um zumbi será um acidente, entretanto, para outros, será o seu viver normal.